Lixo não é esgoto
Soube outro dia que trituradores de resíduos são a nova tendência para muitas construtoras brasileiras e fiquei realmente preocupada. Vendidos como uma alternativa sustentável por sua capacidade de reduzir o volume do lixo orgânico, esses trituradores instalados nas pias de cozinha na verdade só transferem o problema de lugar.
Os fabricantes, obviamente priorizando o aumento das vendas, apresentam o produto como a brilhante solução para uma cozinha mais higiênica e responsável e usam como forte argumento a superlotação dos aterros sanitários.
Dá só uma olhada no vídeo abaixo:
Eles se esquecem de dizer que resíduos orgânicos não são os principais vilões dos aterros e que trituradores infelizmente não são mágicos.
Quando utilizados, eles fazem com que os restos de alimentos deixem de ocupar espaço nos lixões para aumentarem a carga de resíduos sólidos a ser tratada pelas redes de esgoto. Como se não bastasse, ainda gastam energia e podem provocar sérios entupimentos.
Ainda que nos Estados Unidos a grande maioria seja adepta dos trituradores, não dá pra esquecer que nossa realidade é outra: estações de tratamento brasileiras simplesmente não são preparadas para receber essa enorme carga de matéria orgânica. Além do mais, a utilização desses aparelhos não faz o menor sentido: resíduos sólidos retirados do esgoto são enviados a aterros sanitários. Para que então sobrecarregar as estações de tratamento - criando riscos e aumentando custos - se os dois caminhos têm o mesmo fim?
Às vezes a gente tem a melhor das intenções mas toma a decisão errada por pura falta de informação. Então fechando o post pra ninguém esquecer: Lugar de lixo não é na rede de esgotos.
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